segunda-feira, 19 de março de 2012

Tecelagem


Para amar direito
é preciso que se sinta

o calor de uma cama revirada,
aquém dos acrobatas de vinícius
(onde se perde a noção da noite,
perdida no grande mar de estrelas)


é preciso que se sofra um desvario,
libertação de outrora
e escuridão do nascer dos rios
(para que, póstumo e livre,

o coração se abra para quem vive)


é preciso que se ache um coração em desordem,
com lãs claras em seus antiquados teares,
formando de longe a imagem, que o peito devastado,
ainda mais fundo devastava
(e deixá-lo sonhar em paz e de seus olhos tomar conta,
para que nenhum cisco os toque novamente)


é preciso entornar sua sorte pelo chão,
e amá-la como ninguém jamais o fez
(sempre deslizando sobre o inocente
peito seus gestos de prata, derradeiros
da ultima e sincera expressão)


E cuide para que não se tire deste amor

um grande descontentamento


O que é puro, leve e finotambém pode ser inocentemente 

[carregado pelo vento.

(Por Guilherme R.)

Um comentário:

Luiza Gomes disse...

O que é puro, leve e finotambém pode ser inocentemente

[carregado pelo vento.

(o que é leve pousa, e não se demora)