sábado, 11 de outubro de 2008

Fim de meus tempos - Duas meditações



1- Uma mão agarrou a fria adaga
a outra tomou-me o peito

Desferindo-lhe um leve golpe
retiro de dentro de mim todo ar e receio

Então eu(em minha calma), sego, separo...
parte por parte tudo vai se espaçando,
tudo vai se clareando.

A névoa se esvaece
o corpo se exausta

E rapidamente tudo se transforma em nada mais que um simples passar

E o que me resta, agora, é somente água,pó e ar ...




2- Do pó , da água e ; passei ao meu estado de pensamento inconsciente

estado onde tudo se encontra, tudo se cruza em um só lugar.
Um lugar só meu

Lugar esse em que a terra, o centro e o firmamento, e teu amor são um só
Se fundem, se laçam , selançam, se entrelaçam

E agora, o que me resta ?

Resta-me apenas ; apenas o nada.
Resta-me apenas o eterno, o inexplicável, surreal
Enquanto eles (do outro lado) vêem a alma vagar pela eternidade, sua eterna prisão,
eu ,deste lado , arranjo alguém pra me confortar, para me segurar.;

A saudade torna-se amiga, a tristeza é o conforto do dia-a-dia
Esta me afaga, aquela me ensina a natureza da solidão

Na essência da palavra me mantenho, me suporto ..
Os corpos em si serão óbitos
As almas em si (e meu amor por ti) , jamais.

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